ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA
PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
QUINTA LEGISLATURA, EM 05-12-2012.
Aos
cinco dias do mês de dezembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá,
Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin
Krieger, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sofia
Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores
Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luiz
Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta, Pedro
Ruas, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde emitidos no dia seis de novembro do corrente. Durante a Sessão, deixaram
de ser votadas as Atas da Centésima Primeira, Centésima Segunda, Centésima
Terceira, Centésima Quarta, Centésima Quinta, Centésima Sexta e Centésima
Sétima Sessões Ordinárias e da Quadragésima Quinta, Quadragésima Sexta,
Quadragésima Sétima e Quadragésima Oitava Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Dr.
Thiago Duarte, Kevin Krieger e Nelcir Tessaro e as vereadoras Sofia Cavedon e
Fernanda Melchionna. Às quatorze horas e cinquenta e cinco minutos, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foram apregoados os
seguintes Requerimentos, subscrito nos termos do artigo 120, inciso VI, do
Regimento, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votações em destaque
para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12 (Processo nº
2272/12): de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, com relação à Emenda
nº 49; de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, com relação às Subemendas
nos 01 apostas às Emendas nos 05, 10 e 51; de autoria da vereadora
Fernanda Melchionna, com relação às Emendas nos 53, 54, 56, 57, 58,
59, 60 e 61; e de autoria do vereador Professor Garcia, com relação à Emenda nº
62. Em Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 037/12 (Processo
nº 1989/12), com Veto Parcial. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 037/12, por quatorze votos SIM e
treze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Fernanda
Melchionna, Carlos Todeschini e Sofia Cavedon, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr.
Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Nelcir
Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni
Proença e Valter Nagelstein e Não os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Freitas, Mario Manfro, Mauro Zacher, Professor Garcia e
Sebastião Melo. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 11 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 037/12, por dez votos SIM e dezoito votos NÃO,
tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os
vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago
Duarte, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Professor Garcia e Sebastião Melo. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 15 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 037/12, por doze votos SIM, quatorze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhada à votação pela vereadora Fernanda Melchionna e pelo vereador João
Antonio Dib, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein, votado
Não os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta e
optado pela Abstenção o vereador Idenir Cecchim. Às quinze horas e
trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezesseis horas e dezessete minutos. Após, foram apregoados os
seguintes Requerimentos, solicitando a retirada de destaques anteriormente
solicitado para a votação de Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 043/12 (Processo nº 2272/12): de autoria do vereador Mauro
Pinheiro, com referência às Emendas nos 05, com Subemenda nº 01, e
51, com Subemenda nº 01; de autoria da vereadora Sofia Cavedon, com referência
às Emendas nos 07 e 10, esta com Subemenda nº 01. Em Discussão Geral
e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 043/12, após ser
discutido pelas vereadoras Sofia Cavedon e Fernanda Melchionna e pelo vereador
Carlos Todeschini. Foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as
Emendas nos 08, 09, 13, 19, 25, 33, 47, 49, 53, 56, 58, 59, 62, 63 e
65 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12. Foram votadas destacada e
conjuntamente e rejeitadas as Emendas nos 06, 11, 14, 15, 16, 17,
18, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40,
48, 54, 57, 60, 61, 66, 67, 68, 69, 70, 71 e 72 apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 043/12, por oito votos SIM e vinte e dois votos NÃO, após serem
encaminhadas à votação pelos vereadores Carlos Todeschini e Sebastião Melo, em
votação nominal solicitada pelo vereador Carlos Todeschini, tendo votado Sim os
vereadores Adeli Sell, Carlos
Todeschini, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas, Sofia
Cavedon e Toni Proença e votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro,
Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra,
Valter Nagelstein e Waldir Canal. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as
Emendas nos 03, 04, 05, esta com Subemenda nº 01, 07, 10, esta com
Subemenda nº 01, 41, 43, esta com Subemenda nº 01, 44, 46, 51, esta com Subemenda
nº 01, 52, 55, esta com Subemenda nº 01, 73 e 74. Foi aprovado o Projeto de Lei
do Executivo nº 043/12, por vinte e seis votos SIM e seis votos NÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto
Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin
Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni
Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os vereadores Carlos
Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e
Sofia Cavedon. Após, foram apregoados documentos assinados pelo Colégio de
Líderes, consignando anuência com alteração da origem dos recursos apresentados
pela Emenda nº 19 ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12 e com alteração do
valor alocado pela Emenda nº 33 ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12. Em
continuidade, o vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal,
indeferido pelo senhor Presidente, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante da Ordem do Dia. Durante a Sessão, os vereadores Sebastião Melo, Bernardino
Vendruscolo, Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Airto Ferronato e
Elói Guimarães manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foram
registradas as presenças, neste Plenário, da senhora Any Ortiz e do senhor
Cássio Trogildo, eleitos vereadores em Porto Alegre para a próxima Legislatura.
Às dezessete horas e dezesseis minutos, o senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo
vereador Mauro Zacher e pela vereadora Fernanda Melchionna e secretariados pelo
vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero me dirigir, em
especial, à Liderança do Governo, Ver. João Antonio Dib, porque fiz, em 16 de
agosto deste ano, um Pedido de Informações, solicitando que o DMAE informe, em
relação às questões abaixo, que dizem respeito ao interceptor de esgoto do
arroio Taquara junto à represa da Lomba do Sabão. Fiz três questões – primeira:
em que condições a obra foi executada? Houve algum problema para a execução
conforme Projeto? Segunda: quais são as condições de operação e manutenção do
interceptor no momento? Terceira: qual o nome do engenheiro-fiscal e o nome da
empresa executora? E aqui tenho as respostas. O Sr. Prefeito Municipal
encaminhou a nós um ofício com as respostas produzidas pelo DMAE. Quanto à
questão número um, a resposta diz o seguinte: a obra do interceptor do arroio
Taquara, realizada através da concorrência nº 03.080203.02.7, teve seu início
em 7-04-2003 e foi finalizada em 28-10-2004, conforme Termo de Recebimento
Definitivo, em anexo, consignando um prazo de execução de 570 dias. O valor
histórico gasto para sua execução foi de R$ 1.423.989,62. Quanto à questão
número dois, a resposta diz o seguinte (Lê.): “O Departamento tem executado a
operação e manutenção do interceptor do arroio Taquara adequadamente, apesar
das dificuldades de acesso do Parque Saint’Hilaire”, e assim vai. Diz com
precisão, vou repetir: o Departamento tem executado operação e manutenção do
interceptor do arroio Taquara adequadamente. Quanto à questão número três, a
resposta diz o seguinte: O supervisor da obra foi o engenheiro Valdir Flores, e
a empresa que executou foi a Razec Engenharia Ltda. – contrato número tal. Aqui
consta o Termo de Recebimento Definitivo da obra (Mostra o documento.), vejam
só (Lê.): “...verificando que todos os serviços pendentes
relacionados no Termo de Recebimento Provisório foram executados em perfeitas
condições, declaram definitivamente recebida a obra em epígrafe”. Repito (Lê.):
“...verificando que todos os serviços pendentes relacionados no Termo de
Recebimento Provisório foram executados em perfeitas condições, declaram definitivamente
recebida a obra em epígrafe”. O Termo foi assinado pelo engenheiro Valdir
Flores. Aqui eu tenho todos os elementos, só que a obra não tem manutenção,
diferentemente do que diz o Governo aqui, que mente, porque o esgoto está indo
todo para dentro da represa; o interceptor está rompido; o interceptor está sem
as conexões, e a represa da Lomba do Sabão se tornou um depósito de esgoto.
Mentem aqui o DMAE e a Prefeitura, mentem; e eu provo isso, porque fiz uma
reportagem, e basta que façamos uma ida até lá. Estão fazendo a represa na
Lomba do Sabão um depósito de esgoto, e a população que recebe água da ETA
Lomba do Sabão está recebendo um esgoto tratado. O cheiro pode ser verificado
nas torneiras e nos chuveiros. Isso não é coisa pouca, é uma falta de respeito,
de vergonha. Mentem, mentem aqui. Aqui está a prova da mentira. (Mostra o
documento.) Documento oficial do Prefeito, dizendo que está tudo bem, enquanto
há dois anos ou mais não é feita a manutenção. Isso é dentro do Parque
Saint’Hilaire, isso é ao lado do viveiro municipal, é ao lado de onde o DMAE
fez um conserto, e 15 metros depois permitiu que o esgoto continuasse fazendo o
trasbordamento para dentro da nossa represa da Lomba do Sabão. É inaceitável
essa situação, porque o DMAE tem dinheiro, disse o Diretor do DMAE que há 300
milhões em caixa e não faz o serviço de manutenção, não faz o serviço de
responsabilidade que tem com a Cidade, de abastecer qualificadamente a
população. Essa água não pode ser bebida, pois é um esgoto melhorado. Dá para
notar o cheiro que sai da torneira, não falo do gosto, porque não me atreveria
a beber aquela água. Então, faço esta denúncia, porque é mais grave ainda
quando o DMAE e o Prefeito mentem aqui para a gente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus senhores, minhas senhoras, eu não
posso, como ex-Diretor do DMAE por duas vezes, ouvir um ex-Diretor do DMAE
dizendo que a água do DMAE não é bem tratada. Eu não posso admitir isso, isso é
uma falta de ética, uma falta de seriedade, uma falta de responsabilidade,
porque a água tratada pelo DMAE é entregue à população em excelentes condições.
Eu não posso admitir o que eu ouvi agora. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, ilustres Vereadores, peço a
atenção do Ver. Todeschini para este meu pronunciamento. Ontem, eu, o Ver. Beto
Moesch, a Ver.ª Fernanda, o Ver. Mario Manfro e o Ver. Tarciso estivemos na
reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente no Bairro do Lami. Uma reunião que
acabou extrapolando a questão da Saúde e do Meio Ambiente. Já vou dizer porque
pedi a atenção clara do Ver. Todeschini da Bancada do PT. Quero agradecer aqui
a sensibilidade do Ver. Beto Moesch. Essa reunião começou com o intuito de
observarmos a questão do grande número de loteamentos e a do grande número de
colocação de habitações que estão existindo naquela região. Por isso estava lá
o Dr. Goulart, que esteve no DEMHAB, representando o DEMHAB; solicitamos a ele
uma planilha pormenorizada das próximas colocações do DEMHAB na região. O Ver.
Beto solicitou também à cooperativa do DMAE, que é um ente privado, que informe
quais os loteamentos vai realizar na região, para que a comunidade possa
efetivamente ter um desenvolvimento sustentável, ou seja, ter um desenvolvimento
respeitando o meio ambiente. Lá ficou muito claro, Ver. Beto Moesch, que nós
temos de ter muito cuidado – e fomos apontados por isso – com relação às AEIS.
Isso ficou muito claro! As Áreas de Interesse Social – AEIS não podem ser
utilizadas como área de interesse político, não podem! Para se fazer AEIS
necessita-se ter a avaliação técnica da área tanto da SMAM quanto da PGM. Não
pode um Parlamentar propor uma AEIS, estimular a criação de AEIS e trazer para
esta Casa com a teoria do fato consumado: olha, já está consolidado lá, o
Executivo é obrigado a empregar AEIS, e os Vereadores são obrigados a votar
favoravelmente, na teoria do fato consumado. Então, nós temos que ter muita
clareza com relação a isso e uma profunda avaliação desse tipo de coisa. As
AEIS têm que ser Áreas de Interesse Social, mas áreas onde as pessoas tenham
condições cidadãs de morar nelas. Nós não podemos – eu nunca fiz isso – ter a
leviandade de dizer para as pessoas que elas podem morar em banhado, jogando as
pessoas, muitas vezes, conta a Prefeitura, contra a PGM, contra a SMAM.
Uma outra questão que foi muito abordada lá, e eu
vejo pelo noticiário que já foi abordada aqui nesta Casa na semana passada e
que lá foi convalidada novamente, é que a região Extremo-Sul da Cidade –
por isso peço atenção dos Vereadores do Partido dos Trabalhadores – rejeita
peremptoriamente a construção de mais um elemento da FEBEM lá naquela
comunidade. A Região não quer um elemento prisional na sua comunidade. Eu acho
que isso tem que ser muito respeitado. Eu acho que essa avaliação tem que ser
feita muito claramente pela Secretaria de Justiça e Segurança para exatamente
poder valorar especificamente essas questões e não colocar, em uma comunidade
que já de antemão rejeita o elemento prisional, rejeita a ação, a instituição
prisional, contra a vontade uma prisão ou um elemento da Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor, antiga FEBEM, hoje FASE, um elemento lá naquela comunidade.
Então, eu peço que nós tenhamos a profunda sensibilidade de, nesse episódio,
escutar a comunidade do Extremo-Sul para que não se faça uma coisa contra a
comunidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. KEVIN KRIEGER:
Boa-tarde, Sr. Presidente, demais Vereadores, telespectadores, eu queria
aproveitar a oportunidade, em relação à fala que hoje pela manhã ouvi do Ver.
Todeschini sobre a segurança, de que o Município de Porto Alegre deveria
assumir as suas responsabilidades, Nedel, em relação à Segurança pública, e que
o que estava acontecendo na cidade de Porto Alegre era culpa do Município e que
o Estado não tinha a mínima responsabilidade nisso, e estou aqui para discordar
totalmente do Ver. Todeschini. Segurança pública é dever do Estado previsto na
Constituição, Ver. Cecchim. O Município tem feito a sua parte, com a Guarda
Municipal armada, protegendo o patrimônio público, não só mais dentro das
escolas, como era ainda no Governo do PT, mas agora fazendo a ronda nos
parques, nas praças, nos espaços públicos, na parte de fora, não mais somente
na parte de dentro, como era feito anteriormente. Uma boa parte do nosso
efetivo da Guarda Municipal está armada, fazendo esse trabalho, sem falar em
todo o trabalho que o Município vem fazendo com crianças e adolescentes, nas
escolas infantis, no Sase, no trabalho educativo, em tantos espaços de
atendimentos, sejam próprios ou conveniados, que nós temos hoje no Município de
Porto Alegre, que fazem um excelente trabalho, principalmente na prevenção à
violência. Esse, sim, é dever do Município e responsabilidade da Prefeitura de
Porto Alegre em relação à Segurança pública, Ver. Brasinha. Este é o nosso
compromisso. E também tem ainda todo o trabalho que o Prefeito vem fazendo com
o Centro Integrado de Segurança, trazendo a Polícia Militar, trazendo os
bombeiros para dentro de um equipamento só, podendo trabalhar articuladamente,
Ver. DJ Cassiá, com o Município e com o Estado. Ou seja, nós estamos fazendo a
nossa parte em relação à Segurança pública, Ver. Mauro. Agora, o Governo do
Estado, que colocou no Orçamento, Ver. Mauro, R$ 260 milhões para executar na
Segurança pública, gastou até agora 16%, comandante Dib, nosso Líder. Dezesseis
por cento!
Eu ouvi o Ver. Todeschini também colocar que o
Governo do Estado está fazendo o trabalho dentro das comunidades, que há mais
de 16 programas para Segurança pública. Pois, no Morro Santa Tereza, as casas
de juventude e outros espaços foram inaugurados e não estão funcionando. Não
estão funcionando! O trabalho de prevenção do Governo do Estado, que era para
ser feito, não está funcionando na cidade de Porto Alegre, porque também não
foi conversado com o Município, com o Prefeito, com a Secretaria de Educação.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. KEVIN
KRIEGER: Não foi, Ver.ª Sofia Cavedon! O Município sabe o que está acontecendo,
quem nunca sabe de nada, a senhora sabe quem é. Quem nunca sabe de nada não é o
Prefeito de Porto Alegre e, sim, o nosso ex-Presidente da República. Esse nunca
sabe de nada.
Em relação ao Pronatec, que a senhora Vereadora
está colocando, ela sabe do esforço que foi feito pelo Governo Municipal com o
Governo Federal, e nós colocamos centenas de pessoas da comunidade para fazer
os cursos profissionalizantes. Se o Governo Federal também demorou demais para
decidir e conseguir os vales-transporte e os vales-alimentação com o Senac, não
é culpa do Município, Ver.ª Sofia. Isso você sabe muito bem que aconteceu!
Também tivemos dificuldades no Município em relação a isso? Tivemos, só que nós
vimos trabalhando com o Governo Federal para superar essas dificuldades. E a
senhora sabe muito bem que eu sempre fui muito correto em elogiar o Governo
Federal em todas as parcerias com o Governo Municipal, principalmente nas áreas
da Segurança pública junto com a Fundação, no Programa Protejo, por exemplo, um
Programa muito bom que aconteceu nas áreas de maior vulnerabilidade, como na
Lomba do Pinheiro, na Cruzeiro, na Restinga e na Vila Bom Jesus.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas Vereadoras e Vereadores,
venho a esta tribuna, em Liderança, agradecendo ao meu Partido e ao Ver.
Tarciso, pela cedência do seu tempo. Quero também me manifestar a respeito da
reunião que aconteceu ontem na Zona Sul da Capital, cuja finalidade era
discutir a área da Saúde, mas devido a tantas situações que existem na Zona
Sul, quero falar um pouco sobre os projetos habitacionais que foram destinados
para lá. É muito importante que a comunidade saiba que houve lá, durante os
anos de 2011 e 2012, a tramitação de um projeto habitacional na área denominada
Lagos – no bairro Lajeado –, uma
área de 80 hectares onde estava para ser aprovado um loteamento pelo Programa
Minha Casa, Minha Vida. Esse loteamento, que iria abrigar em torno de seis mil
famílias e que poderia, no futuro, ser expandido, com toda certeza iria fazer
com que houvesse um favelamento na Zona Sul. Temos que ter cuidado, porque
continua em tramitação para aprovação esse loteamento. É de se perguntar: com
espaços vazios próximos ao Centro da Capital, com espaços vazios na Zona Leste
da nossa Capital e na nossa Zona Norte, onde já existem todos os meios de
transporte, atendimento em Saúde, escolas e a infraestrutura passando em frente
a essas áreas de terra, por que fazer um loteamento onde não há obras de
infraestrutura, como água e esgoto? A Av. Edgar Pires de Castro, hoje, é uma
das piores vias para se transitar, e vai-se acabar com o roteiro rural de Porto
Alegre, que é justamente nessa área, onde foi eliminada toda plantação de
pessegueiros que ali existia. É lamentável que a Vila Nova e o nosso
Extremo-Sul estejam servindo para habitações populares sem as devidas condições
de trabalho, de educação e de saúde. No mínimo essas pessoas ficariam ali
residindo sem condições de fazer com que suas famílias fossem bem atendidas.
Sabemos muito bem que da Restinga ao Centro da Cidade – os lotações, que já
foram definidos para estarem funcionando, ainda não temos – hoje se demora às
vezes até uma hora e meia, pelo problema do trânsito. Imaginem se agregarmos
mais cerca de 15 mil pessoas para além da Restinga! Digo que na Restinga, nos
próximos quatro anos, teremos cerca de 10 mil novas famílias, e se não
ampliarmos as condições viárias, as condições para que essas famílias lá possam
habitar, não vamos ter condições de dar-lhes dignidade. Não é apenas dando casa
que se dá dignidade; além de uma casa, tem-se que dar condições para os filhos terem creches, escolas, saúde, enfim, e
principalmente trabalho para os chefes de família, tanto para o pai como para a
mãe.
Mas, de outra banda,
também quero cumprimentar a nossa Presidente da República, nossa Presidente
Dilma, por ontem ter olhado justamente para o setor que está mais empregando e
que tem maior dificuldade de buscar mão de obra que possa servir para a
construção de novas edificações, principalmente a mais qualificada, pois, em razão
do custo da obra, não pode despender muitos recursos. Nós vimos que agora, para
os próximos contratos habitacionais, a taxa de imposto para quem optar pela
taxa única passou de 6% para 4% sobre o valor do imóvel, e a desoneração dos
encargos sobre a folha de pagamento reduziu para 2%. Isso significa um grande
avanço, um avanço que poderia já ter sido feito de longa data. Quem sabe esse
seja o caminho para a grande reforma tributária, para a grande reforma
trabalhista, fazendo com que este País possa, sim, competir com os demais
países.
Por fim, eu quero
lamentar que o Executivo esteja descumprindo uma lei aprovada por esta Câmara
de Vereadores, quando deixa instalar, lá no Paço Municipal, uma Feira.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, acho que agora quase temos
quórum para entrar na Ordem do Dia, nossa prioridade, mas ocupo este Tempo de
Liderança de oposição para retomar ao tema da Carris.
Registro que o Ver. João Antonio Dib, ontem, no horário de meio-dia, com a
generosidade e democracia que ele sempre tem, recebeu a representação da
comissão dos servidores da Carris. Eles chegaram ao meio-dia em meio gabinete,
e o Dib se deslocou para recebê-los. Eles continuam reivindicando que o
Prefeito Municipal os receba. São dois funcionários representando cada um dos
setores da Carris, uma comissão formada já no início deste ano, uma comissão
que já construiu negociações com a direção da Carris, inclusive resultou no
acordo coletivo onde estava o prêmio, que foi um dos elementos da greve. Essa
comissão é para mostrar, inclusive, que o movimento não era só em função do
prêmio, então solicitou que o Ver. João Dib continuasse tentando uma audiência
com o Prefeito, o que está difícil em função da agenda. Mas nós ficamos gratos
que o Ver. Dib tenha aberto a sua agenda para receber o relatório da comissão
da Carris.
Eu gostaria de
continuar a trazer elementos que devem, Ver. Sebastião Melo, constar da
preocupação do Prefeito Municipal e da futura gestão, porque a Carris tem
sérios e notórios problemas. Já em 12 de setembro de 2012, o jornal Metro
noticiava: “Carris recebe socorro de R$ 10 milhões da Prefeitura”. (Mostra
fotografia.) Aqui está a manchete com dois balanços negativos que somam R$ 7,8
milhões e perda de receita pela segunda passagem gratuita. A empresa teve de
receber injeção de capital para pagar o décimo terceiro salário.
O problema da saúde
financeira da Carris é público, não é algo escondido, não é algo inusitado, ou
surpresa; o que nos surpreende, na verdade, é que várias linhas nobres que a
Carris fazia deixaram de ser feitas pela Carris. Há um Pedido de Informações
não respondido a esta Casa, sobre por que a Carris abriu mão dessas linhas que
nós chamamos de nobres, porque são linhas mais curtas, trajetos mais curtos, e
nós sabemos que são trajetos que dão maior rendimento, porque lota o ônibus, mas
não tem que andar tantos quilômetros quanto outros ônibus que cruzam a Cidade,
fazem 30 quilômetros, num trajeto só, sendo a tarifa a mesma para trajetos
curtos ou maiores. Ou seja, a Carris abriu mão de linhas, Ver. Mauro Pinheiro,
muito rentáveis e não há explicação pública para isso.
Por outro lado, a
comissão dos trabalhadores deve levar para a Comissão da Câmara, presidida pelo
Ver. Dib, a situação dos terminais de ônibus. Como é difícil para nós
fiscalizarmos a Cidade toda, e fiquei surpresa com a situação dos terminais de
ônibus: pelo menos quatro terminais de ônibus, onde ficam os motoristas e
cobradores em seus intervalos, quando conseguem fazer intervalo pleno, são
terminais com contêineres, em que os abrigos são contêineres alugados. Há
terminais que tem banheiro dentro do contêiner. Em alguns terminais, como o que
fica em frente ao Jockey Club, onde ficam os motoristas e cobradores, há vento
e frio avassaladores, porque é uma área aberta de frente para o Guaíba, não tem
conforto, não tem dignidade para os trabalhadores. Essa comissão dos
trabalhadores andou em todos esses terminais e é impressionante o que
solicitaram. Solicitaram duas geladeiras novas – vou dar um exemplo ou dois
porque o tempo não permite – para os terminais das linhas T2 e T5, porque as
atuais estão estragadas e sem vedação da porta. Não há espelhos nos banheiros,
os quais estão encardidos, sem limpeza, sabonete líquido que não existe, gancho
para as bolsas, material de limpeza que não existe, colocar toldo na lateral...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, eu quero
fazer uma proposição aos meus colegas Vereadores, especialmente aos da
oposição. Nós temos uma matéria muito importante a ser enfrentada nesta Casa,
hoje, que é o Orçamento. Ver.ª Sofia, Ver. Mauro, Ver.ª Fernanda. Eu quero
propor – quero registrar a presença do Nenê, representando a GPO – a criação de
um pequeno Grupo de Trabalho para fazermos alguns blocos de votação, se em
algumas Emendas nós podemos dar acordo ou não, o Governo está à disposição para
ouvir essas manifestações da oposição. Eu quero sugerir a V. Exa. que, talvez,
ao final das manifestações, nesse prazo que nós temos aí para três Emendas da
LDO, nós pudéssemos nos organizar. Se não for possível nós votarmos tudo hoje,
Presidente, acho que nós deveríamos convocar uma Sessão Extraordinária para
amanhã de manhã, porque amanhã à tarde haverá dois períodos de Comunicações
Temáticas e não teremos condições de enfrentar essa matéria. O senhor sabe,
como eu, que há no mínimo 20 projetos de Vereadores para serem enfrentados. O
tempo corre contra nós, é até o dia 19. Então, a minha sugestão é que se nós
não enfrentarmos a totalidade do Orçamento, mediante os acordos, nós façamos
uma Sessão Extraordinária amanhã, às 9h30min.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Saudamos a
presença da nossa Vereadora eleita, Any Ortiz. Seja muito bem-vinda a esta Casa
que a aguarda a partir do dia 1º de janeiro.
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, primeiro, eu gostaria de
responder ao Ver. Sebastião Melo. Evidentemente, a oposição se propõe a
discutir o Orçamento. Nós, inclusive, fizemos a Emenda ao Orçamento no intuito
de contribuir. E a nossa surpresa foi ver que todas as Emendas da oposição
foram rejeitadas. Eu acho que é fundamental que haja esse debate sobre o teor
das Emendas, pois as Emendas ajudam a Cidade de Porto Alegre em vários temas
fundamentais para a melhoria da vida da população da nossa Cidade.
Evidentemente, estaremos nesta Comissão para discutir o teor e o conteúdo das
nossas Emendas, que têm a ver com o transporte hidroviário, com o acesso à
Saúde, a luta pela leitura, a luta pela Educação, e a luta pelo direito à
moradia, como no caso da Emenda que garante que as obras da Av. Tronco só
possam começar depois de garantida a moradia das 1.400 famílias atingidas pela
obra de duplicação da Av. Tronco.
Então, são temas
fundamentais, porque, nesse caso, é fundamental resguardar, em primeiro lugar,
o direito à moradia. Assim como as Emendas populares. Sabemos que a Câmara oferece
a possibilidade de realização de Emendas Populares, como a Emenda Popular nº
05. As entidades se organizam, colhem as assinaturas para garantir, como nesse
caso, o fim dos alagamentos e as obras necessárias para garantir a melhoria das
condições de vida da população. E o Governo, unilateralmente, sempre veta as
Emendas Populares. Um dos poucos mecanismos democráticos que a Câmara tem é a
discussão do Orçamento, que é de todos os porto-alegrenses, porque é a partir
da arrecadação dos impostos e daquilo que é prerrogativa do Município receber
de verbas federais e estaduais, mas as emendas são sucessivamente derrotadas
pela base do Governo.
Eu não consigo
conceber uma lógica de democracia em que a população se manifesta em relação a
temas prioritários, em que a oposição tenta melhorar o Orçamento, em que existe
o debate sobre temas fundamentais da nossa Cidade, cruzados pelo debate do
Orçamento de 2013, e o Governo, unilateralmente, pega a sua caneta e veta todas
as Emendas, sem levar em consideração o teor, o conteúdo e temas fundamentais
para a cidade de Porto Alegre. Não é à toa que a prioridade do Governo tem sido
financiar as grandes obras da Copa de 2014, que muito pouco ficam para a nossa
população de Porto Alegre. Nós temos um receio enorme de que esteja sendo
construída uma cidade “para inglês ver”, em que, na época da Copa, aumenta-se a
segregação espacial, a população é transferida das áreas centrais para, cada
vez mais, regiões longínquas do Centro, sem infraestrutura, sem transporte, sem
aumento do posto de saúde. A economia popular é tolhida, como é o caso dos
camelôs, como é a questão das feiras populares, do artesanato, da economia
solidária, em que as áreas públicas são privatizadas, em que a construção civil
ganha milhões de reais, em que são feitas obras de mobilidade urbana, que muito
pouco contribuem do ponto de vista da melhoria da mobilidade da nossa Cidade. A
questão do trânsito só será resolvida quando houver o financiamento, o
investimento no transporte público, o combate ao sucateamento da Carris, o
respeito às condições de trabalho, a diminuição do apadrinhamento político e a
valorização daquela que é a melhor empresa de transporte coletivo da Cidade,
que está sendo sucateada pela Prefeitura; e quando houver priorização do
transporte coletivo com abertura de licitação, abertura de auditoria nas
planilhas dos ônibus, que sobem a tarifa sempre acima da inflação; quando o
metrô deixar de ser apenas tema eleitoral, que aparece em todas as eleições,
mas é uma verdadeira miragem no deserto, porque acabam as eleições e nenhum dos
temas volta. Talvez, em 2017, o metrô fique pronto, e como ficará a mobilidade
urbana, a mobilidade viária até lá? O transporte hidroviário, que não saiu do
papel, e esta Câmara acabou de rejeitar, ao meio-dia e trinta, a Emenda desta
Vereadora e do Ver. Pedro Ruas, que ampliava os recursos para o sistema
hidroviário; e quando houver, de fato, aplicação do Plano Diretor Cicloviário
investindo nas bicicletas como meio de transporte, ou seja, uma outra lógica de
Cidade. Porto Alegre está virando uma Cidade inviável do ponto de vista da
mobilidade urbana, e isso só será de fato alterado com a união dos
trabalhadores, da população e da juventude para defender uma Cidade mais
humana, mais sustentável e voltada para os interesses da grande maioria do
nosso povo.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Não há mais
inscrições para Comunicação de Líder.
Apregoo Requerimento, de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna e outros
Vereadores, que solicita votação em destaque das Emendas nos 53, 54,
56, 57, 58, 59, 60 e 61 ao PLE nº 043/12.
Apregoo Requerimento,
de autoria do Ver. Professor Garcia e outros Vereadores, que solicita votação
em destaque da Emenda nº 62 ao PLE nº 043/12.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto e outros Vereadores, que
solicita a votação em destaque da Subemenda nº 01 à Emenda nº 51, da Subemenda
nº 01 à Emenda nº 05, e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 10, todas ao PLE nº
043/12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 14h55min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu fiz uma
proposição e entendi que recebi resposta positiva do PSOL, do PSB, do PSD e do
PT com relação à questão das Emendas. Então, nós temos três Emendas que ainda
são da LDO. Ver. Nedel, V. Exa. pode me dar atenção? O Ver. Nedel foi o Relator
da matéria. Eu sugeriria que se criasse um grupo aqui – talvez o Ver. Mauro
Pinheiro, a Ver.ª Fernanda, o Ver. Bernardino e mais um, para não ficar um
grande grupo –, de maneira que pudéssemos nos organizar e fazer uma proposta
para ver se podemos aprovar algumas Emendas, fazer bloco de outras Emendas.
Nesse período que vamos votar a LDO, isso vai facilitar muito a nossa vida. E,
se for necessário, até vamos requerer a suspensão da Sessão em determinado
momento, mas acho que podemos nos organizar agora.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Perfeito. Acho que está bem encaminhado, Ver.
Sebastião Melo.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: A Bancada do PSD se encaminha para um acordo, não
há dúvida disso. Nós só temos uma Emenda que gostaríamos de ver contemplada,
evidentemente; por isso a necessidade de nós conversarmos.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Certo. Faremos isso ao longo da votação da
LDO.
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1989/12 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/12, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2013.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 29-11-12 (quinta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação a Emenda nº 10, destacada, ao PLE nº
037/12, com Veto Parcial.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 10, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto
Parcial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Mauro Zacher, Vereadores e Vereadoras, nós
apresentamos uma Emenda no intuito de que houvesse, na previsão orçamentária, a
possibilidade de construir um centro de referência para as mulheres vítimas de
violência, um centro como existe em Caxias do Sul. A Comissão de Direitos
Humanos trouxe a esta Casa relatos do trabalho que é realizado em Caxias a
partir da ida da Ver.ª Maria Celeste, do Ver. Toni Proença e de outros Vereadores
que lá foram para conhecer essa política.
Nós sabemos que Porto Alegre teve um aumento enorme
de índices de violência contra as mulheres. Setenta e cinco por cento das
mulheres violentamente assassinadas são mortas pelos maridos, ex-maridos, namorados,
ex-namorados. Nós temos um aumento de 108% nos casos de violência contra a
mulher. E nós temos, em geral, o assassinato e a violência brutal contra as
mulheres justamente quando elas estão sob medida protetiva, depois de
denunciarem na Delegacia da Mulher, a partir da Lei Maria da Penha, que é uma
conquista das mulheres brasileiras, mas que, infelizmente, sistematicamente tem
os recursos cortados pelo Governo Dilma e faltam recursos para implementar uma
política interdisciplinar que, de fato,
combata a violência contra as mulheres. Nós precisamos de espaços que consigam
integrar assistência social, assistência psicológica, inclusive com guichês de
atendimento da Brigada Militar, em que as brigadianas possam colher o
depoimento da mulher no mesmo espaço, pois vocês sabem que estamos falando de
um grave problema social, um problema oriundo das raízes machistas da
sociedade, não temos dúvida, mas que se aprofunda e que se alastra na ausência
de políticas públicas que combatam a violência contra mulher.
Não é à toa, Ver.
Carlos Todeschini, que em Porto Alegre exista apenas uma Delegacia da Mulher,
em área centralizada. Mulheres que sofrem violência dos maridos em bairros mais
distantes muitas vezes não têm sequer recursos para chegar ao Centro da Cidade,
fazer a denúncia na Delegacia da Mulher e poder, de fato, ter garantida a
integridade física e a integridade emocional que, talvez, sejam os grandes
problemas da questão da violência contra as mulheres. Nós precisamos criar
essas políticas públicas. Por isso, eu e o Ver. Pedro Ruas fizemos esta Emenda.
Mais uma vez ficamos
chocados com a visão autoritária e unilateral da Prefeitura em vetar uma janela
na LDO para a construção de um centro de referência às mulheres vítimas da
violência.
A nossa Emenda foi aprovada
nesta Casa pela ampla maioria dos Vereadores. Infelizmente, a Prefeitura
Municipal veta, de maneira unilateral, e com aquela política que discutimos
hoje de manhã, do veto de origem – independente da proposição, a Prefeitura
veta apenas pela cor ideológica, desconsiderando contribuições fundamentais da
Bancada de oposição, das emendas populares, dos movimentos sociais, daqueles
que acreditam que é necessário ampliar radicalmente a democracia, para que, de
fato, o povo e os trabalhadores possam controlar a política e a economia e
intervir sobre temas fundamentais na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio
Grande do Sul e no Brasil, no País inteiro.
Acharíamos uma grave
demonstração da Câmara de Vereadores, uma Câmara que na sua história teve
apenas três Presidentes mulheres, uma Câmara que nesta Legislatura tem apenas
três mulheres Vereadoras de 36 Vereadores, com a colega Any Ortiz, que entra a partir de
janeiro e será muito bem-vinda nesta Casa, para trazer os debates das mulheres,
junto conosco, nessa luta pelo reconhecimento dos direitos das mulheres e pelas
políticas públicas protetivas, aquelas que são maioria na sociedade, mas que
ainda sofrem com salários mais baixos para a execução do mesmo trabalho, que
sofrem com assédio moral, assédio sexual, que sofrem com a violência doméstica!
Se esta Câmara rejeitar uma Emenda que garante
assistência às mulheres vítimas da violência será um péssimo recado para as
mulheres porto-alegrenses! Será um virar de costas para as necessidades das
mulheres que precisam, num conjunto de políticas públicas, garantir muitas
vezes a sua vida, Ver. Carlos Todeschini! Toda semana – toda semana, procurem
nos jornais! – tem uma mulher assassinada! Toda semana tem uma mulher
assassinada pelo marido, pelo ex-marido, pelo namorado, pelo ex-namorado!
Mulheres que denunciaram e que não recebem as medidas protetivas!
E nós fazemos a crítica: falta dinheiro do Governo
Dilma! Nós fazemos a crítica na tribuna: o Governo Tarso não abriu delegacias
para as mulheres regionalizadas como era o seu compromisso de campanha! Não
abriu! Nós fazemos essa crítica! Mas o Governo Municipal não pode virar de
costas para a pauta das mulheres! Não pode seguir o péssimo exemplo daqueles
que não se comprometem com políticas fundamentais para resguardar a vida das
mulheres! Porto Alegre aumentou em 108% o caso de violência doméstica às
mulheres! E o que fará esta Câmara? Acompanhará um Veto unilateral do Prefeito
Fortunati que vira as costas para as reivindicações das mulheres? Esta Câmara
será capaz de mostrar que não está comprometida com a integridade física e
psicológica das mulheres que ainda sofrem agressão nas suas residências? Será
este o recado dos Vereadores? Eu tenho certeza, Ver.ª Sofia, de que não será o
das Vereadoras! Eu tenho certeza de que as três Vereadoras desta Casa votarão
favoravelmente à Emenda, porque conhecem mulheres que já foram agredidas,
porque sabem a realidade dramática daquelas que passam por esse tipo de
situação em casa! Eu me pergunto se os Vereadores homens desta Casa e a base do
Governo vão virar de costas para as mulheres vítimas da violência doméstica!
Espero, sinceramente, Vereadores e Vereadoras, que não seja a terrível resposta
da Câmara de Vereadores para as mulheres vítimas da violência!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 10, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto
Parcial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores e todos os presentes
nesta Sessão. Este tema já teve um outro grau de desenvolvimento e compromisso
em Porto Alegre. Lembro dos Governos da Frente Popular, da Casa Viva Maria, que
foi o primeiro centro de referência de combate à violência contra a mulher em
Porto Alegre, porque as mulheres vítimas de violência não tinham, em regra,
para onde ir, como se refugiar, como abrigar seus filhos, como, enfim,
sobreviver ao momento de crise, ao momento de estresse, aos momentos de
violência.
A Casa de Apoio Viva Maria, para quem não conheceu,
ficava ali ao lado do Ginásio Tesourinha; depois a Casa foi sendo, com a troca
de Governo, desmontada e as suas vocações, as sua finalidades originárias,
foram mudadas.
Este é um tema que é tão importante que ensejou no
Brasil a criação da Lei Maria da Penha, que tem, sim, Ver.ª Fernanda,
iniciativas importantes. Aqui em Porto Alegre, o Governo do Estado, através da
Brigada Militar, tem a Patrulha Maria da Penha, que atende especialmente a esses
casos de violência doméstica, de violência contra a mulher. Isso é algo que
está na cultura do Brasil e do mundo, a naturalização da violência contra a
mulher que precisa ser combatida, que precisa ser mudada. Por isso a legislação
que foi construída na Câmara Federal, através da aprovação da Lei Maria da
Penha, e os equipamentos necessários a serem edificados, por parte dos
Governos, para fazerem o combate em todos os âmbitos da violência doméstica, da
violência contra a mulher. Então, quando é apresentada aqui uma Emenda nas
Diretrizes Orçamentárias, é porque essa política está falha no Município, está
falha porque um equipamento como a Casa Viva Maria, que é anterior à Lei Maria
da Penha, existe há 20 anos, está praticamente desativada e sem função. Quando
não há previsão orçamentária para dar conta das exigências apresentadas pelo
mundo e pelos casos de registro da violência contra a mulher feitos nas
delegacias. Por isso a Emenda apresentada pela Ver.ª Fernanda
tem sentido, sim, e merece ser aprovada, porque aqui quem está falando são os
Vereadores de Porto Alegre, que têm legitimidade para apresentar sugestões,
ideias e propostas que materializem o Orçamento. Nós, enquanto Bancada do
Partido dos Trabalhadores, temos esta como uma questão programática. O combate
à violência é algo que deve ser permanente, e a violência contra a mulher, em
especial, mais ainda. E não tem como fazer isso sem um tratamento
especializado, sem Orçamento, sem delegacias, sem patrulhas, e o Estado está
fazendo a sua parte, Ver.ª Fernanda. Ver.ª Sofia, a senhora também tomou
conhecimento do belíssimo trabalho da Patrulha Maria da Penha, da Brigada
Militar, que conta com o comando de uma Tenente-Coronel, que conta com uma
equipe significativa e que faz esse belíssimo trabalho. Portanto, quero louvar
esta iniciativa, necessária, que retoma o assunto e recoloca, na Ordem do Dia,
os investimentos e a manutenção permanente de equipamentos de proteção à mulher
a aos seus filhos, porque a violência não escolhe hora, ela acontece a qualquer
dia da semana, a qualquer hora do dia e da noite. É por isso que a Ver.ª
Fernanda e o Ver. Pedro Ruas propõem esta Emenda, e nós queremos reforçá-la,
sim, porque é uma Emenda meritória: combater a violência. É uma Emenda à LDO. É
uma diretriz que levanta a ideia e propõe genericamente uma ação, uma atitude,
uma prioridade e recursos para que possamos ter, então, sim, além do combate
ideológico, além da conscientização, além da propaganda contra essas questões,
medidas eficazes que deverão dar conta da problemática existente que já foi
melhor tratada em outros tempos aqui em nossa Cidade.
Assim encerro, pedindo apoio dos Srs. Vereadores,
das Sras. Vereadores a essa Emenda à LDO. Obrigado pela atenção e também, em
especial, ao Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 10, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto
Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, esta ainda é a
discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nós já sabemos que já estamos no
debate do Orçamento, mas como essa Diretriz tem a ver com o tema do
enfrentamento da violência contra a mulher, nós apresentamos uma emenda singela
no Orçamento. É singela, mas é para a Câmara dos Vereadores assumir a sua
parte. A Ver.ª Fernanda propôs que, na diretriz orçamentária, nós equipássemos
e fortalecêssemos o Centro de Referência da Violência Contra a Mulher. Esta
Vereadora propôs uma emenda, em valores pequenos, para que a Câmara de
Vereadores – Presidente Mauro Zacher e Presidente que vai assumir no ano que
vem, que é o PDT – faça uma campanha singela, mas forte, na mídia local,
chamando atenção para o tema da violência contra a mulher, sobre a
responsabilidade de todos em alertar, denunciar, divulgar os órgãos de apoio à
mulher em situação de violência e vulnerabilidade, porque não basta termos
leis. Não podemos ser coniventes quando sabemos que um vizinho, uma vizinha,
uma amiga, uma colega de trabalho está sofrendo violência, está sofrendo
assédio.
Hoje, a mudança na Lei Maria da Penha não exige que
a mulher que sofre, a vítima, faça a denúncia; a vizinha, quem tomar
conhecimento, pode fazer a denúncia; aliás, deve fazer a denúncia. Então, esta
é uma das informações que a sociedade ainda não tem: quem sabe da violência
pode abrir a denúncia.
O segundo elemento que não está apropriado pela
sociedade é que uma denúncia, uma vez feita, não será retirada, o processo
seguirá, porque muitas vezes as mulheres que sofreram a violência, na sequência
voltam para a casa e fazem acordo, fazem as pazes, como a gente diz, com o
marido, e muitas mulheres já retiraram a denúncia, Ver. Brasinha; depois o
marido, o companheiro, reincidiu, e com reincidências fatais, muitas delas
fatais. Uma situação posterior de várias vezes denunciado haver morte pelo
mesmo agressor, porque muitas vezes a mulher é coagida, ou no esforço de
recompor a família, ou no esforço de reconciliação, retira a denuncia.
Então, eu chamo atenção, Ver.ª Fernanda, ao que V.
Exa. colocou na diretriz. Eu não entendo por que o Prefeito vetou, é
inexplicável que o Prefeito Municipal tenha vetado uma diretriz orçamentária de
fortalecimento, de tornar real, efetivo, sem ter referência de acolhimento, de
referências às vítimas da violência doméstica, às mulheres vítimas de
violência. Eu não entendo!
Agora, no Orçamento, nós demos sequência, e eu
gostaria de fazer aqui esta reflexão. Se a gente não consegue mais incidir,
porque o Orçamento já está aqui, já está em dia de votação, nós podemos incidir
votando uma emenda para que a Câmara de Vereadores, no ano que vem, faça essa
campanha na mídia. Tem que ser na hora da novela, porque, lamentavelmente, as
nossas novelas têm criado uma banalização da vida, desastrosa na minha
avaliação – desastrosa. A ideia de que é possível, de que é normal viver de
intrigas em função de relações humanas, a ideia de que a pessoa pode se dar bem
se relacionando sexualmente, isso passa, no cotidiano das novelas, a ideia da
mulher-objeto, da mulher ter que investir no seu corpo, porque hoje tem um
modelo para a mulher ser desejada, a súper e hipercirurgia, a ideia da beleza a
qualquer custo, todo dia isso está sendo transmitido nos horários nobres da
nossa televisão, infelizmente televisão que chega aos piores casebres. Hoje o
acesso... e não acho que as pessoas não tenham que ter acesso, mas acho que a
responsabilidade da mídia com a proteção da mulher está muito longe de ser
exercida. Se, na hora da novela, terminado o primeiro capítulo da novela,
entrasse uma pequena campanha da nossa Câmara de Vereadores ou do poder público
alertando a todos que somos responsáveis, que qualquer um pode fazer a
denúncia, que existe a Lei Maria da Penha, que dá cadeia, que dá prisão e que
não é só uma advertência, eu acho que poderíamos começar a mudar a situação da
mulher.
Todos nós temos compromisso com isso. Nossa
sociedade brasileira é profundamente machista, profundamente desigual,
profundamente autoritária. Nós não alteramos essa cultura, nós precisamos de
ações afirmativas, de ações de Estado. O Estado criou, muitas vezes, essa
postura autoritária, e é preciso alterar. Vocês imaginem, então, na cidade de
Porto Alegre, que é a nona Capital mais violenta do País, se essa não é uma
medida fundamental.
Então, nós pedimos que rejeitem este Veto a essa
diretriz orçamentária que dá atenção ao tema da violência contra a mulher e
deem na votação orçamentária recursos para fazer esse enfrentamento. Está mais
do que hora de repararmos o que o Estado brasileiro ainda não conseguiu e
mudarmos a cultura machista, autoritária que penaliza, em especial as mulheres
neste País, e nesta Cidade, e neste Estado, que é campeão, lamentavelmente, de
violência contra a mulher.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Não há mais inscrições para encaminhamento.
Em votação nominal a Emenda nº 10, destacada, ao
PLE nº 037/12, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA a Emenda por 14 votos SIM e 13 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
Em votação nominal a Emenda nº
11, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após apuração
nominal.) REJEITADA a Emenda por 10
votos SIM e 18 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
Em votação nominal a Emenda nº
15, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto Parcial. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 15,
destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto Parcial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Queria discutir esta Emenda e peço atenção aos
Vereadores e ao Ver. Sebastião Melo, que coordena a questão da discussão do
Orçamento. Ver. João Antonio Dib, esta minha Emenda não prevê recursos na LDO,
ela apenas abre uma janela para o Plano Municipal do Livro e da Leitura, que é
uma das Emendas que está sendo discutida para ser aprovada. O próprio Governo
fez uma Subemenda para garantir a aprovação. Por quê? O Plano Municipal do
Livro e da Leitura é uma Lei Municipal criada a partir duma mobilização de
escritores, ilustradores, bibliotecários, bibliotecas comunitárias, bibliotecas
públicas, que lutaram durante dois anos para garantir que o Plano Municipal
transformasse em política de Estado as ações do livro e da leitura. Nós nos
reunimos com o Prefeito Fortunati em novembro de 2011, quando a Prefeitura se
comprometeu a construir essa pauta. Foi criado um grupo de trabalho oficial
pelo Prefeito Fortunati, com 14 instituições, que escreveu o Plano Municipal do
Livro e da Leitura. Escreveu a partir de plenárias em todas as Regiões do
Orçamento Participativo, reunindo mais de mil pessoas. Esse Plano virou uma
lei, Ver. João Antonio Dib, aprovada por unanimidade nesta Casa, sancionada
pelo Prefeito Fortunati e comemorada como parte dos avanços das políticas
públicas para a leitura em Porto Alegre. E nesse ano a Prefeitura aprovou, para
2012, uma Emenda de R$ 300 mil para o Plano Municipal do Livro e da Leitura,
porque havia um entendimento de que era uma lei municipal aprovada pela
mobilização popular. Se nós vamos aprovar no Orçamento uma Emenda ao Plano
Municipal do Livro e da Leitura, Ver. Sebastião Melo, como não terá uma janela
na Lei de Diretrizes Orçamentárias? Não envolve custo nenhum para a Prefeitura,
trata-se apenas de criar uma janela para o Plano Municipal do Livro e da
Leitura. Peço que olhem, com atenção, a Emenda à LDO. Não envolve custos,
envolve a janela, o fato de a Prefeitura reconhecer ou não, Ver. João Antonio
Dib, o Plano Municipal do Livro e da Leitura. Mas, se a Prefeitura não
reconhece, o Prefeito Fortunati simplesmente nega a sua palavra! E não é
verdade, ele sancionou essa Lei, é uma lei que está em vigor na cidade de Porto
Alegre. Então, como pode a base do Governo rejeitar uma janela para o Plano
Municipal do Livro e da Leitura se a Lei foi sancionada? Não existe essa janela
no Orçamento, é necessário que a LDO crie a janela para que se possam garantir
recursos para a execução do Plano, um plano que visa a estimular o acesso ao
livro e à leitura, que visa a incentivar as bibliotecas comunitárias, que visa
a ajudar as bibliotecas públicas, que trata a leitura como plena para os
direitos, para o exercício da cidadania e da democracia, que busca combater a
desigualdade informacional e o analfabetismo funcional, que busca estimular os
escritores de nossa Cidade. Nós moramos em Porto Alegre, cidade que tem a maior
feira do livro a céu aberto das Américas. E as políticas públicas do Livro e da
Leitura têm que extrapolar os 15 dias da Feira do Livro, que é maravilhosa e
que ocorre na Praça da Alfândega, para uma política pública permanente. E a
luta das categorias garantiu que o Plano fosse realidade. Agora, o Prefeito
veta o que abre a janela na LDO. Então, eu peço a sensibilidade dos Líderes,
porque essa Emenda não prevê custos, prevê a abertura da janela para o Plano
Municipal do Livro e Leitura, uma luta de dois anos das entidades, dos
escritores. No nosso “livraço”, participaram Charles Kiefer, Caio Riter, Dilan
Camargo, Ricardo Silvestrin, escritores reconhecidos da nossa Cidade, e a
Prefeitura vai negar a mobilização, vai negar a própria Lei que sancionou? Mas
aí é um caso grave de não cumprimento de uma lei, Ver. Tarciso Flecha Negra,
que sempre apoiou a Frente Parlamentar do Livro e da Leitura.
Nós precisamos aprovar essa Emenda, sob pena de a
Prefeitura estar rasgando a sua palavra de executar o Plano Municipal do Livro
e Leitura. Por isso eu peço a atenção dos Líderes, porque essa Emenda não
envolve custos e significa o compromisso social com o livro e com a leitura.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 15, destacada, ao PLE nº 037/12, com Veto
Parcial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e
meus senhores, como sempre serei muito breve. A nobre edil, Ver.ª Fernanda
Melchionna, jovem Fernanda Melchionna, está tentando me dar uma aula. Eu
aprendo todos os dias. Ela está me dizendo que, na forma do art. 121 da Lei
Orgânica, § 2º, inciso I, aquela Emenda dela para os livros que nós aprovamos
por unanimidade na Comissão de Finanças, eu devo propugnar para que ela seja
rejeitada na hora da proposta orçamentária. Foi o que ela me disse, mas eu não
vou aprender a aula dela, eu vou continuar levando os livros com ela de vez em quando.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Só uma questão de esclarecimento. Eu já disse ao
Ver. João Antonio Dib, ele está insistindo em não ouvir o que esta Vereadora
diz. No Orçamento, existe um espaço que se chama Coordenação do Livro e da
Leitura, que são todas as políticas do livro e da leitura, genericamente. Para
os recursos do Plano Municipal, que é gerenciado pelo controle social aprovado
por esta Casa com entidades, com democracia, estilo Fumproarte, no caso do
livro e da leitura, precisa haver uma janela própria, não pode ir para o ralo
comum do Orçamento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Feito o registro.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação nominal a Emenda nº 15, destacada, ao
PLE nº 037/12, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA a
Emenda por 12 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.
Suspendo os trabalhos da presente Sessão por cinco
minutos para que as Lideranças possam selecionar as Emendas que serão votadas
em bloco.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h34min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 16h17min): Estão reabertos os trabalhos.
Os Líderes
construíram um acordo para a votação em bloco das Emendas destacadas.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, quanto à
reunião dos Vereadores, lá na Presidência, para o encaminhamento dessa matéria,
eu gostaria de ser aqui secundado por aqueles que participaram desse acordo.
Nós, exaustivamente, produzimos um acordo, em que vamos ter um bloco de Emendas
rejeitadas, que serão votadas em bloco; há outras Emendas que são aprovadas –
portanto, já no relatório, vão ser votadas –, e há outras que foram reprovadas
e para as quais nós fizemos acordo para a aprovação. E combinamos que a Bancada
do PT vai fazer duas falas, a Bancada do PSOL vai fazer duas falas, o Governo
terá uma fala, o Ferronato terá uma fala, e o Todeschini tem duas Emendas
destacadas, portanto vai caber a ele a decisão de encaminhar suas Emendas ou
não. Estou falando aqui de oito ou nove falas e estará sendo votado o nosso
Orçamento.
Eu gostaria de
agradecer, então, a todos que participaram desse processo, cumprimentá-los pela
grandeza e pela compreensão de que era importante produzir um acordo a favor da
Cidade.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente, Ver.
Mauro Zacher, falando em nome do Partido dos Trabalhadores, como Líder da
Bancada hoje, eu quero dizer que o acordo foi muito bem conduzido pelo Ver.
Sebastião Melo e pelo integrante do Governo. Conseguimos um bom acordo, e quem
sai ganhando é a Cidade. Parabéns ao Ver. Sebastião Melo, que conduziu os
trabalhos de forma brilhante.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Está feito o
registro, Ver. Mauro Pinheiro.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2272/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/12, que estima a receita e fixa a despesa do
Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2013. Com Emendas nos 01 a 74. Com Subemenda nº
01 às Emendas nos
05, 10, 43, 51 e 55.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. João
Carlos Nedel:
01)
Pela aprovação do Projeto;
02)
Pela aprovação das Emendas nos 03; 04; 05, com Subemenda nº 01, de
Relator; 07; 10, com Subemenda nº 01, de Relator; 41; 43, com Subemenda nº 01,
de Relator; 44; 46; 51, com Subemenda nº 01, de Relator; 52; 55, com Subemenda
nº 01, de Relator; 73 e 74, de Relator;
03) Pela
rejeição da Emendas nos 01, 02, 06, 08, 09, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23,
24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 42, 45, 47,
48, 49, 50, 53, 54, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70,
71 e 72.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de
votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art.
82, “caput”, da LOM;
- o Projeto será votado com as Emendas
com Parecer pela aprovação, nos termos do art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda
com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito
por um terço dos membros da Casa – art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e
durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (art. 120, § 1º, do
Regimento);
-
incluído na Ordem do Dia em 28-11-12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o
PLE nº 043/12.(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o
PLE nº 043/12.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Orçamento de R$ 5,4 bilhões é um orçamento potente.
A Câmara de Vereadores recebeu, este ano, 38 emendas populares. Acho que é o
primeiro registro que nós temos de fazer do esforço da população de imprimir a
sua marca, sinalizar ao Governo Municipal as necessidades que a Cidade está
vivendo.
Quero fazer o
registro da presença, em nome da Bancada, da comunidade Heróphilo de Azambuja,
que trouxe para nós, para todos os Vereadores, as fotos do seu drama. Estou
fazendo o registro em nome da Bancada, como no nome de V. Exas. Inclusive o
Ver. Dib mesmo registra que foi a primeira reunião, Audiência Pública sobre o
Orçamento, com participação popular significativa. A comunidade estava
presente, teve acolhida a sua reivindicação, como eu acho que foi importante o
acolhimento de algumas Emendas, sinalizando para a Cultura, sinalizando para o
Esporte.
Eu quero frisar aqui
que nós não conseguimos recompor o conjunto dos recursos que o Esporte e a
Cultura perderam nesses anos. A nossa clareza é no sentido de que nós temos de
continuar perseguindo um outro perfil de Orçamento. Mas há emendas incorporadas
e pontuais que sinalizam para a recuperação de algum equipamento na Cultura e
no Esporte. Achamos que a Câmara deve continuar vigiando, porque, nessas áreas,
nós menos queremos a maquiagem dos grandes eventos e mais queremos a cultura
popular continuada, o atendimento continuado no esporte e no lazer, aquele
trabalho que, de fato, fomenta o talento, que, de fato, resulta em
transformação de vida das pessoas e não apenas no entretenimento pontual, com
um dia determinado, uma festa, um jogo e, depois, o resto da vida continua sem
perspectiva.
Eu quero trazer aqui
um exemplo emblemático disso: a Orquestra Villa-Lobos, orquestra da Lomba do
Pinheiro, um dos únicos projetos que sobreviveu com a força que tinha, que está
com um pouco mais de força na Educação. Nós assistimos e a Secretária Cleci
assistia à Orquestra Villa-Lobos, na semana passada, no Teatro Bourbon Country.
E por que essa Orquestra tem 20 anos de existência? Porque ela recebe recursos
da Petrobras, recebe recurso, nesse caso, da Caixa, porque a Educação de Porto
Alegre mantém o pagamento de 17 profissionais. Nós temos, há 20 anos, mas hoje
chegou ao auge, 600 crianças estudando música na Lomba do Pinheiro. O nosso
ex-aluno está indo, em fevereiro, estudar flauta na Alemanha, na Universidade
de Stuttgart. Ele é solista, vem da Lomba do Pinheiro, um negro, o Vladimir,
foi solista da OSPA, Ver. João Dib, estudou na UFRGS e, por esse trabalho
continuado na periferia, hoje vai se especializar em Stuttgart. Também temos a
nossa ex-aluna da Orquestra Villa-Lobos,
da Lomba do Pinheiro, já professora formada no IPA, que regeu a Orquestra
naquela noite, que é resultado de um trabalho continuado. Dou exemplo aqui,
insistentemente, da necessidade de haver recursos orçamentários não para
pirotecnia, não para grandes eventos, isso a iniciativa privada faz bem, mas
nós precisamos ter recurso para a Cultura, para o Esporte e Lazer, para que os
talentos de quem está morando na periferia, numa família pobre, possam se
desenvolver, e a gente possa ter grandes artistas, grandes mestres, grandes
educadores.
As nossas
universidades, Ver. Valter Nagelstein – e essa é a única fala de discussão que
nós, da Bancada do PT, teremos –, estão abertas com as cotas para negros e
negras, com as cotas para os oriundos da escola pública. Mas essas cotas, na
área da Cultura e do Esporte vão ser utilizadas se nós tivermos um trabalho e
um fomento continuado na Educação, no Esporte e na Cultura. É desse debate que
trata a discussão do Orçamento e a maioria das emendas populares apresentadas.
Eu quero aqui, por
fim, encaminhar um elogio ao futuro Vice-Prefeito, Ver. Sebastião Melo. Ver. DJ
Cassiá, tua intervenção está ajudando a garantir emendas populares na área da
Cultura. E o Ver. Sebastião Melo, com a flexibilidade e a sensibilidade de quem
sai do Parlamento Municipal com 12 anos de Parlamento, sabe que aqui os
Vereadores não inventam emendas do nada, mas recebem da militância, da luta das
comunidades organizadas, das comunidades temáticas, e, portanto, são emendas
legítimas que não burlam o Orçamento Participativo.
Então, nós
construímos um grande acordo, que não é o ideal, pois nós gostaríamos de
incorporar todas as emendas, mas foi um acordo que pelo menos simbolizou que
essas frentes – que não têm recursos suficientes ou que têm perdido recursos –
precisam de Orçamento.
Então, estamos
incorporando Emendas importantes, populares, na sua maioria. E é esse o elogio
ao Ver. Sebastião Melo que eu quero fazer.
A segunda questão,
essas Emendas serão realizadas, porque nós honraremos toda a luta e toda a
construção realizada até aqui no Parlamento Municipal. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 043/12.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero seguir na lógica
iniciada pela Ver.ª Sofia sobre a importância de incorporação de algumas
emendas, das emendas populares, para que se possa ter um instrumento de luta
através da batalha pela execução desses recursos para respondermos às entidades
que se organizaram, que se mobilizaram para contribuir com o Orçamento,
exercendo o seu papel democrático, cidadão, de luta pelos seus direitos. Assim
como, também, uma série de emendas que foram incorporadas por vários Vereadores
e Vereadoras, que nos fornecem a possibilidade de lutar pela execução dessas
emendas.
Mas eu queria
registrar, desta tribuna, dois elementos que para nós são muito importantes
nesta discussão. Primeiro, que os Orçamentos enviados à Câmara Municipal, em
geral, mais parecem uma peça de ficção, em que mais da metade dos recursos não
são executados, e vários projetos não saem do papel.
A execução dos
investimentos, por exemplo, neste ano de 2012, ficou em cerca de 40% daquilo
que havia sido previsto. E é papel desta Câmara de Vereadores fiscalizar a
execução orçamentária em vários projetos para a nossa Cidade e nas emendas que
serão aprovadas na tarde de hoje.
Também quero
ressaltar que nós temos Emendas fundamentais
que, infelizmente, o Governo já disse que irá rejeitar, e nós queremos deixar
registrado, desta tribuna, a importância das Emendas. A primeira é relativa ao
Centro de Referência para Mulheres Vítimas de Violência, o que já havia sido
discutido na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Porto Alegre está atrasada para
garantir a demanda para o combate à violência doméstica contra as mulheres. Nós
precisamos de políticas públicas para garantir a diminuição dos índices de
violência contra as mulheres.
A segunda é com
relação às pessoas atingidas pelas obras da Av. Tronco. São mais de 1.400
famílias atingidas e que fizeram um belo movimento na cidade de Porto Alegre,
nas Audiências Públicas, no Orçamento Participativo, por meio de protestos,
chamando o movimento de “chave por chave”. Nesse movimento, os moradores dos
arredores exigiam do Governo que só houvesse as obras de duplicação da Av.
Tronco quando recebessem a moradia em troca, ou seja, aquelas famílias que
serão atingidas pela duplicação da Av. Tronco exigem um direito que é básico: o
direito à moradia. Já que terão de sair de suas casas para a duplicação da
Avenida, que recebam as chaves da casa onde vão morar. Para quê? Para não ficar
no aluguel social, que é R$ 400. Onde se aluga por R$ 400, em Porto Alegre,
hoje? São raríssimos os lugares em que se consegue alugar por R$ 400. Isso para
não ficarem nas casas de passagem, porque nós sabemos das dificuldades das
pessoas que ficam nas casas de passagem, esperando aquilo que é direito, que é
o direito à moradia. Afinal, elas construíram o Bairro Cristal, elas garantiram
o asfalto, o saneamento, a escola, tudo a partir da mobilização de um Bairro
que, hoje, é extremamente valorizado. E a duplicação da Av. Tronco atinge 1.400
famílias que valorizaram o seu Bairro – e a especulação imobiliária está de
olho – e, ao mesmo tempo, não têm o direito garantido de moradia digna. Então,
queremos dizer que manteremos a nossa Emenda para que haja essa discussão e a
gente consiga garantir o direito à moradia digna.
A terceira Emenda é
sobre a saúde bucal. Nós sabemos – e muito foi debatido aqui nesta Casa, a
partir de várias intervenções do Sindicato dos odontólogos – da deficiência de
Porto Alegre em atendimento à saúde bucal e da falta de dentistas para o
atendimento da população. E nós deveríamos ter, dentro das escolas, um kit de saúde bucal, para ajudar, desde
pequeno, dentro da escola, a questão da saúde
bucal, com palestras, com atividades, com a transversalidade da questão da
saúde com a educação.
Eu queria deixar
registradas essas Emenda a que nós estaremos votando a favor e dizer que, de
qualquer maneira, um Orçamento de R$ 5,3 bilhões como está previsto para o ano
de 2013, infelizmente segue numa lógica que, na nossa opinião, é equivocada.
Boa parte dos recursos segue para garantir verbas milionárias de publicidade,
que é dinheiro que não está nas áreas sociais, na saúde e na educação; verbas
milionárias para garantir a Copa de 2014, que, infelizmente, boa parte das
obras não ficam para a população de Porto Alegre; nós temos contrariedade com
essa lógica de construir uma cidade para inglês ver. Nós nos perguntamos sempre
o que fica da Copa para a população? Ficará mais um hospital? Ficarão mais
creches para garantir a falta de 14 mil vagas para as crianças nas creches
municipais? Ficarão mais médicos, mais profissionais nos postos de saúde?
Ficarão mais moradias dignas para as 50 mil pessoas que não têm onde morar?
Infelizmente, não. Infelizmente, a lógica tem sido a mudança de regime
urbanístico para a especulação imobiliária; tem sido como obras como a da Anita
Garibaldi, que é discutível do ponto de vista viário, já que os moradores são
contra, pois são apenas duas quadras e não resolve o problema do trânsito na
Cidade, e não tem estudo de impacto ambiental apresentado para os moradores e
nem para a Câmara de Vereadores. E há as famílias atingidas pela duplicação da
Av Tronco.
Então, nós somos
contrários a essa lógica de drenar boa parte dos recursos públicos para
financiar obras que, muitas vezes, não ficarão para a maior parte da cidade de
Porto Alegre e que, via de regra, beneficiam a especulação imobiliária, a
construção civil, além de lutarmos permanentemente contra as verbas milionárias
para o pagamento dos Cargos em Comissão. São cerca de R$ 100 milhões gastos por
ano em Cargos em Comissão, e os projetos apresentados pela Prefeitura de
reestruturação administrativa aumentam em R$ 8 milhões ainda o pagamento de
Secretários, de valores de representação, e essa lógica, de fato, tem que...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 043/12.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos discutindo o Orçamento de R$
5,3 bilhões, e o reservado para as Emendas é um pouco mais de R$ 2 milhões, que
não é um valor significativo. E aqui há demandas, todas muito legítimas, que
também, em parte, não são abarcadas pelo Orçamento Participativo. Temos aqui a
questão dos alagamentos, por exemplo, que já está incorporada, na Sociedade
Comunitária Heróphilo Azambuja. Conheço bem a situação, é gravíssima, e estão
reservados R$ 500 mil para o projeto. Mas não é só isso, há iniciativas de vários
Vereadores. Há iniciativas de Emenda Popular, e, também, uma que incorpora e
que é aceita agora, numa Emenda de redação de ajuste de valores, para os
portadores de psoríase – uma Emenda de R$ 500 mil, que foi transformada em R$
200 mil. Não é um valor significativo, mas é um ato simbólico, porque essa
moléstia, que afeta de 3% a 4% da população, em média 3%, representa em Porto
Alegre um contingente de 40 mil pessoas, aproximadamente. Os portadores de
psoríase requerem medicamentos, em especial cremes, porque a doença não tem
cura, não tem tratamento, e o mais importante, que eu fiz questão de vir aqui
destacar, é que nós estamos em tratativas com a Secretaria Estadual de Saúde e
com a Secretaria Municipal de Saúde para a criação de um código para a doença,
uma identificação, um CID para a doença, que não existia no Brasil, e um belo
trabalho da Secretaria Municipal de Saúde fará o CID da psoríase, de forma
pioneira, no Brasil. Isso foi algo que começou com o nosso movimento, aqui na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara e que passou pelo Conselho
Municipal de Saúde. O Conselho bancou, e a Secretaria assumiu a
responsabilidade. Portanto, é algo significativo, e louvo a atitude da
negociação que representa o Governo de incluir essa parte também, como as do
bloco que serão aprovados em consenso. A psoríase, Ver. Melo, não tinha nada no
Brasil, até hoje, por falta de haver a CID da doença. Não havia um
procedimento, uma rotina; não havia um protocolo descrito, e, agora, passaremos
a ter com a nossa Secretaria Municipal como pioneira e protagonista, mas com a
participação fundamental da nossa Comissão, deste Vereador, do Conselho
Municipal de Saúde e da Secretaria que assumiu. Então, é assunto que não posso
deixar passar em branco.
O Ver. Luiz Braz é o autor do Projeto de Lei da
Semana de Conscientização e Apoio às Pessoas com Psoríase, e nós, junto com a
Associação Brasileira dos Portadores de Psoríase, fizemos essa Emenda de
iniciativa popular, que vem ao encontro do atendimento... Não é o suficiente,
nem de longe! Talvez R$ 200 mil, se for para distribuir medicamentos, dê para
50 pessoas, e são 40 mil os portadores da doença em Porto Alegre. Mas, enfim,
começa, a partir do protocolo e da CID da doença, a existir uma preocupação e
um tratamento como política pública e como política de Estado.
Assim como outras matérias, espero que aquilo que
for aprovado aqui para o Orçamento não seja vetado, porque também tem
acontecido um truque de absorver, acolher as Emendas e depois o Executivo
vetar, desprezando e desconhecendo completamente a contribuição que os
Vereadores podem dar à qualificação dos projetos, das ideias. Isso, Ver. João
Antonio Dib, o senhor não se assuste, porque foi o que aconteceu durante
praticamente todas as discussões do Orçamento nos últimos anos, com algumas
poucas, muito poucas sendo incorporadas.
Quero citar um exemplo também de iniciativa
popular, com o apoio deste Vereador, que foi o transporte social a ser
realizado pela SMS, que não havia previsão orçamentária, não havia recursos,
não havia forma de realizá-lo, mas, a partir de uma Emenda, entrou na
programação e no planejamento da Secretaria. É um serviço que funciona e está
disponível aos muitos que precisam do transporte social para as sessões de
fisioterapia, para o tratamento das doenças, e agora há uma política pública.
Por isso não dá para simplificar o debate. Essa
questão é importante, porque incluir, discutir Orçamento é programar ações
futuras não só para este ano, mas para os outros anos também. Então, mesmo que
às vezes seja um valor mais significativo, capaz de responder ao conjunto das
demandas, abre o debate, abre a consciência e abre a necessidade de
planejamento, e assim o Poder Público, através das políticas públicas, vai-se
aperfeiçoando para oferecer alternativas e respostas à comunidade que demanda o
serviço. Quero deixar aqui esta manifestação e farei o debate, depois, em
separado, sobre uma Emenda destinada à Segurança Pública, que é um outro ponto.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo Requerimento
que solicita destaque da Emenda nº 49, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo e outros Vereadores, ao PLE nº 043/12.
Apregoo Requerimento que solicita a retirada de destaque às Emendas nº 07 e nº 10, com Subemenda nº 01,
ao PLE nº 043/12. Assina o Requerimento o Ver. Mauro Pinheiro, pela Ver.ª Sofia
Cavedon.
Há um registro
referente à Emenda nº 33 ao PLE nº 043/12, sobre a qual há um acordo para
redução de R$ 500 mil para R$ 200 mil. Os Líderes assinarão o acordo em Plenário.
Em votação o bloco, segundo acordo entre os
Líderes, composto das Emendas destacadas nºs 08, 09, 13, 19, 25, 33, 47, 49,
53, 56, 58, 59, 62, 63 e 65 ao PLE nº 043/12 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO o bloco de Emendas.
Em votação o bloco
composto pelas Emendas nºs 06, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 26,
27, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 48, 54, 57, 60, 61, 66, 67,
68, 69, 70, 71 e 72. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação do bloco de Emendas.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos
assiste, nós ouvimos, durante a campanha, o Prefeito dizer várias vezes que
Segurança pública era prioridade. E não tem como dizer que Segurança pública,
na parte que cabe ao Município, porque a Segurança pública, assim como a Saúde,
é responsabilidade concorrente entre Estados, Municípios e União – a Segurança
tem a mesma natureza. Nós temos hoje, o Sistema Único de Segurança Pública –
SUSP –, em que ao Município cabe a parte que se correlaciona com os serviços
públicos e a parte que diz respeito à ação do Município no policiamento
comunitário, na Guarda Municipal, na iluminação pública, na limpeza, na
manutenção da qualidade dos serviços.
No entanto, não é
aceitável que se tenha um Orçamento de R$ 5,3 bilhões, e o recurso destinado
para a Segurança pública, no Município, para as Áreas Integradas, para o
policiamento comunitário e outras, seja de R$ 75 mil. Isso não dá para fazer
absolutamente nada, e é um valor que chega a ser uma provocação ante o conjunto
de recursos que é despendido para outras situações sem importância ou de
importância menor. E nós apoiamos a iniciativa das comunidades de alocar
recursos da ordem de R$ 1 milhão para atender à Lei AISPs, que até hoje não
saiu do papel depois de quatro anos.
A Lei das Áreas
Integradas é classificada como aquilo que de melhor se produziu,
institucionalmente, em termos de Segurança pública por parte das
municipalidades. No entanto, mesmo a Lei sendo sancionada, no dia 27 de
fevereiro de 2008, por Eliseu Santos, então Prefeito em exercício, até hoje não
se fez absolutamente nada, não aconteceu absolutamente nenhuma ação e nenhuma
atitude em relação à Lei das AISPs, que é a Lei que define o território, que
define limites, que define o centro de referência em segurança urbana, ou,
traduzindo, seria o “Tudo Fácil” da Segurança urbana, que define o sistema de
coleta de dados e informações, que define o fórum local de Segurança pública e
também o espaço para a juventude. Ou não é sabido que a grande questão
envolvendo a violência é a falta de perspectiva para a juventude, a falta de
ocupação sadia para a juventude? Então, não adianta dizer que o Prefeito tem
compromisso com a Segurança pública, se na hora de representar em gestos e
atitudes isso não tem correspondência, não tem Orçamento, não tem recursos, não
tem prioridade. O Secretário não vai à comunidade, não se dirige aos organismos
vivos, às associações; não trabalha juntas a Polícia Civil, a Brigada Militar e
a Guarda Municipal. Como se vão tornar eficientes os serviços se isso não é
observado?
Então, a Emenda que é apresentada como Emenda
Popular por três entidades, tem esse objetivo, tem essa intenção, tem esse
desejo de proporcionar condições para que, em parceria com Município, Estado e
União, a Segurança pública atenda os objetivos do cidadão.
Hoje, a questão da Segurança pública é, talvez, o
elemento, junto com a Saúde, de maior desejo e de maior necessidade de todos os
cidadãos de qualquer grande cidade do Brasil ou de qualquer região
metropolitana. Mas nós não entendemos que isso seja feito de forma eficaz, ou
seja, fazer Segurança pública como deve ser feita sem serviços públicos de qualidade,
sem boa iluminação pública, sem boa limpeza urbana, sem um adequado
recolhimento do lixo, sem programas para a juventude.
Nós discutimos antes, aqui, em uma Emenda da Ver.ª
Sofia Cavedon, que o esporte é a forma mais eficaz, mais prática e mais universal
para o acolhimento da juventude, para evitar o descaminho, para evitar a
perdição, para evitar a desocupação e o uso de drogas. Sabemos que muitos pais
e mães precisam trabalhar da manhã à noite, e os filhos não têm um espaço
adequado para o lazer.
É por isso que nós estamos propondo R$ 1 milhão
para cada região do Orçamento Participativo para que, de fato, façamos com que
seja olhada de forma séria e responsável a Segurança pública. Isso é obrigação
do Estado? Sim, é; mas é obrigação concorrente, nos dias atuais, também dos
Municípios. Isso está previsto na moderna legislação
elaborada pelo Ministério da Justiça e aprovada pelo Congresso Nacional. A
criação do SUSP é o mais novo e mais importante elemento que temos para a
construção de uma cultura de paz para a cidadania pacífica, não violenta.
Então, eu peço a aprovação dos senhores...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita a retirada de
destaque à Emenda nº 05, com Subemenda nº 01, e à Emenda nº 51, com Subemenda
nº 01, ambas ao PLE nº 043/12.
O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas Emendas nos
06, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 34,
35, 36, 37, 38, 39, 40, 48, 54, 57, 60, 61, 66, 67, 68, 69, 70, 71 e 72,
destacadas, ao PLE nº 043/12.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Meu caro Presidente
Mauro, eu venho a esta tribuna para ratificar o que eu já havia dito aqui no
reinício da votação. Nós produzimos um acordo, eu queria cumprimentar aqui o
Nenê, já que foi fundamental a sua presença em nome do Governo para que se
desse acordo a essas matérias. Eu também queria cumprimentar cada Líder porque,
mesmo não estando lá todos os Líderes, todos os senhores fizeram parte desse
acordo, então, eu queria cumprimentá-los.
Eu queria fazer um
destaque muito especial ao Ver. DJ nessa questão da Cultura, junto com a
Fernanda, especialmente, DJ, por aquele acordo em que o Prefeito estava junto,
em que vocês criaram um grupo de trabalho, e ele dá consequência nas Emendas
aqui agora. Eu queria dizer que nós, ao fazermos os acordos lá na Presidência,
demos um destaque muito especial para a área da Cultura e para as áreas
sociais. Queria dizer que – o Luiz Afonso pode contribuir – nós fizemos acordos
das Emendas rejeitadas pelo Relator, nós conseguimos fazer acordo para que,
Ver. Dib – em seu nome fiz esse acordo –, 14 Emendas, mesmo tendo sido rejeitadas
pelo Relator, pudessem ser aprovadas, e já foram aprovadas.
Por outro lado, nós
fizemos mais dois acordos, e estamos pedindo aos Líderes de Bancada para
assinarem, Vereador-Presidente. Uma é uma Emenda do Ver. Todeschini – nós
tínhamos ainda, na reserva de contingência, algum recurso – que nós reduzimos;
e a outra é a dos jornais de bairro, um pedido muito especial do Ver. Goulart e
de todos os demais Vereadores. Nós estamos fazendo uma mudança redacional, e o
Nenê vai ter compreensão, ele vai ter que arrumar lá R$ 150 mil, vai ter que
fazer uma ginástica fantástica no Orçamento para poder dar conta desse valor.
Eu queria encerrar a
minha fala cumprimentando, mais uma vez, pela maturidade, porque, acima de
tudo, Senador Elói, o Parlamento é a Casa do diálogo. O nosso grande Partido
aqui é a nossa Cidade. Somos de vários Partidos, mas o grande Partido que nos
une é a nossa Cidade! E o Orçamento, Ver. Cecchim, é a Peça mais importante de
todas as que passam por esta Casa, porque tem governos que discursam numa
direção e apresentam o Orçamento numa outra direção. Governar é transformar
expectativas em realidade; e transformar em realidade é quando você
materializa, não fica só no Orçamento. Esta Casa também vai poder continuar
contribuindo, porque não adianta votar o Orçamento, tem que acompanhar a
execução orçamentária. Portanto, Presidente, vamos às votações! Muito obrigado
e um abraço muito fraterno a todos!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o bloco composto pelas Emendas
nos 06, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 27, 28, 29,
30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 48, 54, 57, 60, 61, 66, 67, 68, 69, 70,
71 e 72, destacadas, ao PLE nº 043/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM e 22 votos NÃO.
Conforme acordo, a Emenda nº 19
foi aprovada devido à alteração da fonte do recurso, incluída, portanto, no
bloco das aprovadas. O recurso foi alterado, passando à verba de Reserva de
Contingência.
Em votação o bloco
composto pelas Emendas nos 03, 04, 05, com Subemenda nº 01; 07, 10,
com Subemenda nº 01; 41, 43, com Subemenda nº 01; 44, 46, 51, com Subemenda nº
01; 52, 55, com Subemenda nº 01; 73 e 74. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o PLE nº 043/12. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM e 06 votos NÃO. Está aprovado o Orçamento de 2013.
Apregoo os dois acordos
de lideranças para a aprovação do Orçamento. (Lê.): “As lideranças abaixo
firmadas vêm consignar a sua anuência para que seja alterada origem dos
recursos apresentados pela Emenda nº 19 ao PLE nº 043/12, conforme segue: de
Programa - Cidade Solidária e Participativa, 2593 - Publicidade - SMCPGL; 3390
- Outras Despesas Correntes - 150.000; para: Programa - Reservas - 9999 -
Reserva de Contingência - 9999 - Reserva de Contingência e Reserva do RPPS -
150.000. Assinam todos os Líderes abaixo...”. Outro acordo (Lê.): “As
lideranças abaixo firmadas vêm consignar a sua anuência para que seja alterado
o valor alocado pela Emenda nº 33 ao PLE nº 043/12, conforme segue: de 2710 -
Assistência em Saúde Especializada, 3390 - Outras Despesas Correntes - 500.000;
para 2710 - Assistência em Saúde Especializada - 3390 - Outras Despesas
Correntes - 200.000”.
Quero saudar a
presença do Vereador eleito Cássio Trogildo. Seja muito bem-vindo, Ver. Cássio.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Presidente,
quinta-feira passada, eu fiz um pré-acordo aqui, na verdade um acordo, para que
essa matéria tivesse enfrentada a sua votação na segunda-feira, nas comissões
conjuntas acabou não sendo possível, porque a sessão antecipou um pouco, razão
pela qual eu requeiro, se assim houver acordo do Plenário, que seja votado o
PLE nº 046/12, que autoriza a abertura de crédito suplementar de R$ 1,7 milhão
para a área da publicidade. É um requerimento para que essa matéria seja
enfrentada agora.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Só é possível
com acordo.
O SR. PEDRO RUAS: Para registrar: nós
somos contra. Já registramos essa posição contrária pela manhã. O PSOL tem
posição contra.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O.k. Então,
passaremos a enfrentar a matéria a partir de segunda-feira.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Vereador-Presidente,
por favor, permita-me aqui um apelo ao Ver. Pedro Ruas. Entendi que
o Vereador é contra o mérito da matéria, e isso está preservado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Pedro Ruas manifestou-se contra a votação,
votando contrariamente a que possamos fazer um acordo para enfrentar essa
matéria, mesmo discordando do nosso Regimento. Só por acordo.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Ver. Pedro, deixe-me tentar explicar o seguinte:
nesta matéria, o Governo pede uma suplementação de uma verba para aplicar na
publicidade, para o contribuinte saber que tem o desconto para o IPTU. Se esta
matéria não for aprovada hoje teremos dificuldade em fazer esta divulgação e o
Governo precisa arrecadar para pagar o 13º salário dos funcionários. Se tivéssemos
enfrentado essa matéria na segunda-feira, passado pelas Comissões Conjuntas,
teríamos tido prazo de 48 horas, que é o que diz o Regimento desta Casa, que eu
só posso enfrentar uma matéria depois de aprovada 48 horas antes nas Comissões
– exceção se houver acordo dos Líderes, o que já fizemos aqui. Há
jurisprudência sobre esta matéria para dar e vender. Então, o que estou pedindo
aos Líderes não é questão de mérito; essa matéria será votada na segunda-feira,
com certeza, o Governo tem maioria para votá-la. O que estou apelando não é do
mérito, mas para que os senhores deem acordo para que possamos votar esta
matéria hoje, para que possamos fazer a divulgação do IPTU. É isso que estou
pedindo. Ela vai ser enfrentada na segunda-feira, mas talvez seja enfrentada
tardiamente, e eu estou pedindo acordo para votar hoje. É este o apelo que faço
a V. Exas. em nome do bom-senso, em nome da Cidade, e tenho carinho e respeito
pela sua Bancada, mas sei que a Cidade está acima disso. Nós precisamos dessa
verba para divulgar a questão do IPTU.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Registrado.
O SR. PEDRO
RUAS: Tenho que responder ao Ver. Sebastião Melo da seguinte maneira:
evidentemente que conheço e respeito os seus argumentos, ele já os utilizou
pela manhã. Pela manhã, nós já colocamos essa posição, não é surpresa! Somos
contra a Comissão Conjunta e somos contra a votação. Não é com relação ao
mérito, é óbvio. É a nossa posição, e não é nova; pela manhã já mostramos nossa
posição.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, eu gostaria de um minuto de atenção e vou fazer um
apelo à nossa oposição aqui na Câmara. Lá, desde 1989, há uma Lei de minha
autoria que isenta IPTU para inativos e pensionistas com até três salários
mínimos de renda. Ainda hoje, meu caro Ver. Melo, há uma bela fatia de
porto-alegrenses que não sabe dessa Lei e não usa o benefício da isenção, pela
baixíssima divulgação da questão tributária em Porto Alegre. Por isso, apelo à
oposição para que dê acordo para votar imediatamente esta matéria e que o
Executivo divulgue as questões de tributo que beneficiam o cidadão de Porto
Alegre. Voto a favor da matéria.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Convido os Srs. Líderes para que se aproximem da
Mesa para que possamos construir um acordo que permita a votação. (Pausa.) Não
tendo acordo para encaminhar a votação sobre a matéria requerida pelos
Vereadores, consulto se os Vereadores ainda querem usar o microfone de aparte.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente, aqui reapelo, faço um apelo, dada a natureza da matéria,
porque a relevância da matéria reclama urgência. Teoricamente, a matéria está
aprovada em função da base que sustenta o Governo. É um apelo que se faz,
porque a matéria é extremamente relevante. Trata-se de antecipação de Receita,
Presidente. É uma questão republicana, e fica o apelo, por se tratar disso. São
recursos para o fluxo de caixa, que nesta época se faz necessário. É
necessário, nesta época, ter recursos para enfrentar questões ligadas ao 13º
salário. Portanto, a antecipação de Receita é matéria cotidiana, diríamos
assim. Então, reapelamos para que se tenha um resultado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Mauro Zacher, nosso Presidente, queremos fazer o seguinte
registro: a Bancada do Partido dos Trabalhadores é contra isso. Se a matéria
era de tanta relevância, o Governo deveria ter feito isso antecipadamente.
Obrigado.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente, eu quero agradecer a atenção de V.
Exa. por ter suspendido a Sessão. Eu, mais do que ninguém, sei que, quando não
há acordo político, não há. Eu só apelo para que, na segunda-feira, a gente
possa enfrentar essa matéria na primeira hora, quem sabe invertendo a ordem dos
trabalhos da Sessão, para que eu possa tentar salvá-la e fazer a Redação Final.
Não tendo acordo, não dá para quebrar o Regimento; nem V. Exa. vai fazer isso e
nem eu vou requerer isso. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Feito o registro do Ver. Sebastião Melo. Nada mais
há a ser tratado, estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h16min.)
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